Roubo de Cargas em pauta
A falta de investimento em segurança nas rodovias e nas próprias indústrias abrem caminho para o aumento de roubos. O país está atrasado no investimento de mecanismos que facilitem a identificação e localização de produtos roubados, as leis que punem os receptadores ainda são muito brandas e falta legislação adequada no combate a este tipo de crime. Com isso, a indústria e o setor de logística, principalmente transportadoras, acabam ficando com o ônus de pagar pelos serviços de segurança, e mesmo assim sem garantia, já que a fiscalização e tecnologia do estado não acompanham o mesmo ritmo.
Partindo da premissa de que o roubo de carga só existe por que há quem compre a carga roubada, a justiça deveria ser muito mais dura com os receptadores, procedendo com a cassação da inscrição estadual (ICMS) para o estabelecimento que adquirir, distribuir, transportar, estocar, revender ou expor à venda quaisquer bens de consumo, gêneros alimentícios ou quaisquer outros produtos industrializados, fruto de descaminho, roubo ou furto, independentemente de ficar ou não caracterizada a receptação, além de outras sanções.
O combate ao roubo de cargas requer, principalmente, dois tipos de ação. “Em primeiro lugar, o governo precisa dar respostas e atuar como responsável pela segurança pública do país, seja em centros urbanos ou nas rodovias, é necessário que o policiamento seja preventivo, repressivo e investigativo.
O segundo viés é o que compete a nós e as empresas no que se conhece como Gerenciamento de Risco, que ainda não traz o retorno esperado, mas o quadro seria muito pior sem o uso adequado deste recurso. As empresas precisam investir em tecnologia, segurança e neste processo que visa dificultar a ação dos bandidos”, entretanto, em tempos de crise, esta iniciativa acaba inviável, uma vez que os embarcadores não acompanham os transportadores no tocante a participação financeira. Os fretes estão cada vez mais enxutos e portanto não há espaço para investimento em tecnologia.
Outro grande problema, é a legislação brasileira que precisa de reforma. “A polícia nunca prendeu tantos bandidos como nos últimos anos, porém, os elementos não permanecem presos por muito tempo, devido a fragilidade da lei, sem contar as autoridades também não têm fiscalizado a venda dos equipamentos conhecidos como “jammers”, aparelhos que interferem na comunicação por GPRS e são amplamente utilizados por quadrilhas especializadas em roubo de cargas.
As empresas devem continuar exigindo uma postura mais rígida do governo, mas ainda que as leis passem por mudanças e sejam efetivamente válidas, o investimento em tecnologias avançadas de segurança não pode estagnar. “A medida que a segurança avança, o crime organizado também. Pois assim como a tecnologia ajuda a prevenir, ela também é usada para facilitar a ação dos criminosos”.
Gerenciamento de Risco
Este é o processo de planejar, prevenir e minimizar as situações de risco no transporte de cargas, além de controlar os efeitos que os mesmos podem trazer para a organização. Este processo unifica um conjunto de ações que envolvem análise dos riscos, procedimentos de prevenção, planos de contingência para diminuição das perdas, medidas de repressão às causas das ocorrências, qualificação de pessoas e uso intenso de tecnologia, como softwares de análise e monitoramentos de cargas e veículos, de instalações empresariais e de pessoas.