Roubos de carga sobem 35% nas cidades do Alto Tietê, diz SSP
De acordo com os últimos dados da Secretaria de Segurança Pública (SSP), os c asos de roubo de carga cresceram 35% na região do Alto Tietê nos primeiros nove meses de 2016 em relação ao mesmo período de 2015.
No ano passado foram 172 casos e, em 2016, o número de ocorrências subiu para 233. Mesmo com a prisão de criminosos que fazem parte das quadrilhas que agem nesse tipo de ocorrência, o medo e a sensação de insegurança de motoristas e transportadoras continuam.
A cidade que lidera o ranking desses crimes é Itaquaquecetuba que aparece em primeiro lugar. De janeiro a setembro de 2016, 75 cargas foram roubadas. Ainda em Itaquaquecetuba, o ano passado, foram 45 ocorrências neste mesmo período, segundo a SSP.
Em Suzano foram 42 casos de janeiro a setembro de 2015 contra 46 no mesmo período deste ano. Já em Mogi das Cruzes, de janeiro a setembro de 2015, foram registrados 10 casos de roubo de carga. Já no mesmo período deste ano foram 15 casos.
Aline Pacini é gerente administrativa de uma transportadora em Suzano. A empresa tem uma frota de 32 caminhões e todos têm rastreador. A empresa investiu cerca de R$ 15 mil na segurança para garantir as entregas agendadas em todo o País. “Pela falta de segurança, a gente tem que partir para o outro lado: a tecnologia para evitar esses transtornos.”
Para o delegado assistente da Seccional de Mogi das Cruzes, Júlio Vaz, os motivos para isso são o fácil acesso às cidades da região e a crise econômica. “Vários fatores podem ser mencionados: a grande quantidade de rodovias na região, a mudança da forma de transporte utilizado, como os veículos menores dentro das cidades. Todas as atividades estão voltadas para reduzir a criminalidade. Nós temos demonstrado grande número de prisões.”
Em 2015 uma operação do grupo de combate ao roubo de carga, equipe criada por causa dos altos índices desse crime, prendeu 24 pessoas de uma quadrilha especializada nesse tipo de assalto.
Neste mês dois homens foram presos e dois menores foram apreendidos, durante uma tentativa de assalto. Eles são suspeitos de fazer parte de uma quadrilha de roubo de cargas. Com eles, uma grande quantidade de mercadoria foi apreendida: cosméticos, suplementos alimentares, pares de sapatos, uma bolsa térmica, uma máquina de cartão roubada de uma pizzaria e aparelho de som. “A gente percebe que as organizações maiores vão se desestruturando toda vez que a polícia faz o trabalho dela. Mas as pequenas, e isoladas, ações realmente estão atuando e estamos tentando conter”, completa o delegado.
O caminhoneiro Audinei Brites fica preocupado com a situação. “O risco é muito grande. A gente não sabe se vai voltar quando saímos de casa. A gente procura sempre parar em posto seguro, mas mesmo assim, ainda a gente corre risco de roubo.”
A Polícia Militar informou que está fazendo um levantamento próprio dos casos, mas que pode haver divergências nos números porque o comando de Mogi das Cruzes não cuida de Arujá e Santa Isabel, que são duas cidades da nossa área de cobertura.
A Polícia Militar adiantou que, além das operações, existe um reforço no policiamento por meio da Atividade Delegada, em convênio com as prefeituras e com o governo do Estado. Nos dois casos, policiais de folga se inscrevem voluntariamente e participam do reforço no policiamento.
Outros crimes Em setembro os homicídios também subiram. Em todo o Alto Tietê o aumento foi de 28,5% no mês de setembro. A comparação é com o mesmo mês de 2015, quando os índices passaram de 14 para 18.
O número de roubos também subiu. Em toda a região o aumento foi de 11,45%. Nesse ano, foram 769 casos e, no ano passado, 690 casos.
Entre os crimes que tiveram queda estão os roubos de veículos que caíram 5,58%. Nesse ano, foram 203 casos e, em 2015, 215. Os furtos de veículos tiveram uma queda ainda maior, de 28%. Em setembro de 2016, foram 217 ocorrências e no ano passado, 302.
As estatísticas da Secretaria de Segurança Pública também apresentam um perfil dos tipos de crimes. A violência mais comum acontece com quem está nas ruas.
Em primeiro lugar, o maior alvo dos assaltantes é quem anda a pé. De todos os roubos no Estado de São Paulo, quase 54% são a transeuntes, ou seja, contra os pedestres, que geralmente ficam sem celular e documentos.
Em segundo lugar o que os criminosos mais roubam são veículos. Este tipo de roubo corresponde a 19% do total no Estado. E em terceiro lugar o alvo dos assaltantes são os comerciantes. Em setembro, 6% de todos os roubos aconteceram nos estabelecimentos comerciais.
Depois vem o roubo de objetos dentro de veículos, com 5,88%. Em quinto lugar aparecem os roubos a residência que correspondem a 2,43% de todos os tipos de roubos. E em sexto lugar aparece o roubo de cargas, que representa 2,76%.