Prisão de Arafat pode reduzir 40% dos Roubos de Cargas no RJ
RIO - O delegado Maurício Mendonça, titular da Delegacia de Roubos e Furtos de Cargas (DRFC), disse que a prisão de Carlos José da Silva Fernandes, o Arafat, chefe do tráfico no Complexo da Pedreira, em Costa Barros, (ocorrida na noite desta quarta-feira) vai representar uma queda de 40% no número de assaltos na Zona Norte do Rio, onde este tipo de crime mais ocorre. Ele afirmou que, com ele preso, o esquema de roubo de cargas na região ficou sem liderança, pelo menos temporariamente.
Mendonça, que era delegado substituto na DRFC e assumiu a titularidade com a transferência do delegado Marcelo Martins para a diretoria do Departamento Geral de Polícia Especializada (DGPE), disse que a tendência é que o traficante Anderson Hilário, o Dinho, assuma a chefia do tráfico e do esquema de roubo de cargas na região.
— Já ouvimos relatos de vítimas da quadrilha que, no alto do morro, era Arafat quem dava as ordens, quem orquestrava a retirada das cargas dos caminhões, onde ela ficaria e como e quando seria vendida. Com a sua prisão houve um quebra nesse esquema criminoso.
Mendonça calcula que as quadrilhas que atuam nesse tipo de crime faturavam, até antes da prisão de Arafat, cerca de R$ 1 milhão por semana com uma média de 30 assaltos por dia no Rio. Segundo ele, o comércio é aquecido por maus comerciantes que compram as mercadorias roubadas pela metade do valor constantes das notas fiscais.
Diante do atual cenário em que os criminosos desafiam a polícia com roubos em série, o delegado fez um desabafo ao dizer que falta pessoal na DRFC para uma atuação mais eficaz.
— O número (de policiais) é insuficiente. A unidade, que já contou com mais de cem policiais quando o índice era de10 roubos por dia, em média, hoje, com quase 30 roubos diários, conta com 50 agentes. Precisamos reforçar o contingente — disse.
O delegado Maurício Mendonça, titular da Delegacia de Roubos e Furtos de Cargas (DFRC) disse, nesta quinta-feira, que o traficante Carlos José da Silva Fernandes, o Arafat, era "chefe do roubo de cargas" em comunidades do Rio. De acordo com o policial, era ele quem dava as ordens ou autorizava que seus cúmplices cometessem os crimes. Com a prisão do suspeito, ocorrida nesta quarta-feira, Maurício aposta que os roubos de carga diminuirão na cidade.
- Acredito que pelo menos por um curto período (a quadrilha) ficará sem líder. Talvez por essa falta de liderança, é possível que haja uma pequena ou significativa queda (nos roubos), que a gente vai ver com o tempo - disse ele.
Segundo o delegado, Arafat foi visto por vítimas de roubo levadas para comunidades controladas por ele dando ordens a seus cúmplices:
- Nós temos casos em que a vítima foi abordada por um determinado meliante, levada para a comunidade e lá o Arafat estava presente dando as ordens de como a carga deveria ser armazenada, onde deveria ser colocada... Ele ficava arquitetando aquela situação dentro da comunidade.