PF diz que empresário de Porto Calvo preso revendia mercadorias roubadas
O superintendente adjunto da Polícia Federal em Alagoas (PF/AL), delegado André Costa, informou que o único suspeito de receptação preso no estado, em uma operação na semana passada, é um empresário do ramo de alimentos, que comprava determinada mercadoria roubada e a revendia.
De acordo com o delegado, os alvos da operação foram seis estados, dentre eles, Alagoas, mais precisamente, no município de Porto Calvo. O suspeito foi identificado como M.A.S., 39 anos, paulistano e radicado em Alagoas, onde atua como distribuidor de alimentos.
"No momento, o empresário está preso na carceragem da PF e será ouvido nesta segunda-feira (12), pelo delegado André Costa. Porém, cabe à polícia de Sergipe pedir a prorrogação da prisão temporária ou convertê-la em preventiva", disse o delegado, relatando que o suspeito adquiria milho em conserva e revendia o produto. André Costa citou ainda que esta operação, denominada "Canto da Sereia", é um desdobramento da operação "Subida da Torre", deflagrada em Sergipe. Na primeira, a investigação concluiu que os autores agiam armados e praticaram atos de violência. Porém, quando foram soltos, alteraram o modus operandi.
"Eles deixaram de agir com violência e não usavam armas, ou seja, apenas aliciavam motoristas. Foi uma estratégia adotada e que vinha surtindo efeito, pois o lucro da operação ultrapassou quinze milhões de reais somente neste ano", explicou o delegado.
Segundo a defesa do suspeito, o comerciante foi liberado pela Polícia Federal após prestar depoimento. Ele teria informado ao delegado responsável pela operação que comprou o material de um representantes comercial "com nota fiscal e tudo mais".
Uma operação contra roubo de carga e receptação foi realizada em sete estados. Mais de 300 policiais estão cumprindo 84 ordens judiciais expedidas pela Justiça de Sergipe, sendo 28 mandados de prisão preventiva, 7 de prisão temporária e 49 de busca e apreensão nos seis estados. O prejuízo estimado pode passar dos R$ 15 milhões. Até as 7h30, 20 prisões haviam sido efetuadas. Em Alagoas, os mandados estão sendo cumpridos em Porto Calvo.
De acordo com informações da Polícia Federal e da Polícia Rodoviária Federal (PRF), os criminosos aliciavam motoristas para que entregassem cargas de interesse da quadrilha. A investigação apontou ainda que, em alguns casos, os próprios motoristas ofereciam as mercadorias aos aliciadores.
A polícia explicou ainda que, após a negociação, o motorista registrava ocorrência policial como roubo em outro estado para dificultar a investigação. A organização criminosa oferecia a logística para transportar, esconder e repassar a carga roubada com receptadores que revendiam os produtos em estabelecimentos comerciais.
Os autores do crime deverão ser indiciados por lavagem de dinheiro, corrupção ativa e passiva, fraude à licitação, falsa comunicação de crime e de formação de organização criminosa. As penas culminadas podem superar 700 anos de prisão.