Rio teve ano de recordes ruins nos números da segurança
RIO - O Rio de Janeiro viveu em 2017 uma sucessão de recordes ruins na área de Segurança Pública. Como mostrou o GLOBO, o estado teve 40 mortes violentas para cada 100 mil habitantes no ano passado, o maior número desde 2009. Este, porém, não foi o único indicador negativo acumulado ao longo do período, apontam dados do Instituto de Segurança Pública (ISP). Os principais tipos de roubos tiveram altas históricas, aumentando a insegurança da população. Foram recordes desde 2010 os roubos de carga; os roubos em coletivos; os roubos de veículos; os roubos de celulares; e o total de roubos. Nesta sexta-feira, o governo federal decidiu decretar intervenção militar na área de segurança do Rio.
Em 2010, foram registrados 120.300 roubos no estado do Rio. O número chegou a atingir patamares mais baixos em 2011 e 2012, mas desde então ficaram acima de 2010. Em 2017, porém, este tipo de crime atingiu seu auge, quando foram registrados 230.450 roubos, alta de 91,5% em relação ao contabilizado há sete anos.
Os roubos de carga, que levaram a um prejuízo de R$ 607,1 milhões em 2017, atingiram a marca de 10.599 casos. Trata-se de um índice 304% superior aos 2.619 registros deste tipo em 2010.
O indicador de roubo de veículos, conhecido por ser a melhor forma de se medir o aumento da violência, por ter baixa subnotificação por parte das vítimas, teve também expressivo crescimento. Em 2010, foram 18.773 carros roubados no estado. No acumulado do ano passado, foram 54.367, alta de 189,6% nesta comparação.
Em 2017, foram registrados 15.283 roubos em coletivos. Trata-se de um aumento de 86,3% em relação ao contabilizado em 2010, quando o ISP apontou 8.202 crimes deste tipo. Já os roubos de celulares, que possuem alta subnotificação, ficaram em 24.387 casos, alta de 284,9% em relação aos 6.988 casos apresentados em 2010.
Apesar de ser o principal indicador a compor o total, os roubos a transeuntes em 2017 ficaram em 86.028 casos, abaixo do registrado em 2016. Isso pode ter se dado, em parte, devido aos grandes eventos que ocorreram naquele ano, que reuniram milhares de pessoas.
Foi também um ano de recorde de apreensão de fuzis. Foram apreendidas 499 armas deste tipo no estado, o maior número de toda a série histórica do ISP para este indicador, que teve início em 2007.
Riscos Brasil
Para a deputada estadual e presidente da Comissão de Segurança Pública da Assembleia Legislativa do Rio, a questão não passa apenas pelos números de crimes, mas pela escalada da violência na hora de praticá-los.
- É notório que há uma crise na segurança pública e que as autoridades responsáveis não estavam conseguindo apresentar resultados -, destaca a deputada, ex-chefe da Polícia Civil.
A deputada também ressaltou que, durante o tempo em que chefiou a Polícia Civil, manteve uma boa interlocução com o Comando Militar do Leste, elogiando a atuação do interventor Braga Netto à frente das Olimpíadas, que nesta sexta-feira assumiu a área de segurança no Rio.