Com novo perfil, roubo de carga bate recorde na região
O número de roubos de carga registrados no primeiro semestre deste ano na RPT (Região do Polo Têxtil) é o maior da série histórica iniciada em 2002. Foram 148 ocorrências, 48% a mais que no mesmo período do ano passado. Os dados, da SSP (Secretaria Estadual de Segurança Pública), revelam que a região está na contramão do resto do Estado, onde este tipo de crime caiu 17,1% no mesmo período.
Em 2017, a RPT já havia registrado o maior número de roubos de carga desde 2002. Foram 213 ocorrências durante todo o ano.
Foi o maior número de casos já registrados no primeiro semestre desde o início da série histórica, em 2002, com mais da metade em Sumaré
Sumaré registra mais da metade dos casos da RPT. Foram 83 roubos entre janeiro e junho no município (alta de 72,9% em relação aos 48 que a cidade registrou no primeiro semestre de 2017). Dos 83 deste ano, 62 (74%) aconteceram nas áreas do 4º e 5 º DPs (Distritos Policiais), responsáveis, respectivamente, pelos distritos do Matão e da Área Cura, regiões às margens da Rodovia Anhanguera.
“Não é aquela coisa organizada, é tudo roubo pequeno”, afirma o delegado Marcelo Moreschi Ribeiro, do 4º DP, região que registrou 32 roubos neste ano. De acordo com ele, são crimes de oportunidade, praticados por pequenos criminosos, e que têm se tornado mais comuns desde o acirramento da crise econômica. “Não é um negócio premeditado”, afirma.
Segundo Ribeiro, várias prisões são feitas, mas como são pequenos criminosos, os delitos continuam a acontecer. Marco Antônio Braga Rodrigues, que há três meses é delegado do 5º DP de Sumaré, também afirma que o valor médio dos roubos não é alto. Ele diz que sua equipe não fez nenhuma prisão de ladrões de carga nos últimos 90 dias, mas que os casos são investigados.
Rodrigues atribui a grande quantidade à proximidade com rodovias. Em Hortolândia, segunda cidade com mais crimes, foram 46 casos; em Americana, seis; em Nova Odessa, oito; e em Santa Bárbara d’Oeste, cinco.
O número de roubo de cargas na RPT é maior do que muitas regiões bem maiores. No Deinter (Departamento de Polícia) 3, de Ribeirão Preto, por exemplo, com 93 cidades, houve 74 roubos de carga de janeiro a junho. Na de Sorocaba, com 79 cidades, foram 65.
Paulo Roberto de Souza, assessor de segurança do Setcesp (Sindicato das Empresas de Transportes de Carga de São Paulo e Região), diz que em regiões consideradas de risco as transportadoras cobram um valor adicional referente à segurança – ele não soube dizer se Sumaré e a RPT em geral se enquadram neste caso. “Isso encarece o impacto no custo final do produto”, afirma Souza.
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