DEIC Desarticulada a maior quadrilha de Roubo de Carga do RS.
A Polícia Civil desencadeou, na manhã de desta sexta-feira ( 25), a última fase da Operação Versa com o objetivo de desarticular uma quadrilha responsável por pelo menos 20 roubos de carga ocorridos no Rio Grande do Sul nos últimos seis meses, gerando um prejuízo estimado de R$ 3 milhões.
Foram cumpridos 14 mandados de busca e apreensão em Porto Alegre, Cachoeirinha, Sapucaia do Sul, Esteio, Santo Antônio da Patrulha e Florianópolis (SC), além de cinco prisões preventivas. Também foram sequestrados bens móveis, visando ao ressarcimento futuro das vítimas.
Segundo o delegado Gustavo Rocha, a investigação teve início em maio deste ano e evoluiu no último trimestre com a prisão preventiva de nove de seus integrantes, incluindo um dos responsáveis por comandar um roubo a carga de celulares, ocorrido no início de setembro.
Esse indivíduo, preso no Estado de Santa Catarina, seria o responsável por lavar dinheiro do tráfico de drogas de uma conhecida facção criminosa atuante no Rio Grande do Sul por meio de um mercado – situação que ainda está em apuração.
A polícia judiciária identificou, no início de outubro, dois depósitos utilizados para o armazenamento e redistribuição das cargas roubadas em Sapucaia do Sul e Cachoeirinha. Na ocasião, foram presos em flagrante três indivíduos.
Apreendeu-se, na ocasião, documentação que desvendou um esquema de recolocação dos produtos subtraídos no mercado com “roupagem” de legalidade. A cúpula da organização constituía empresas em nome de terceiros – “laranjas”, realizava a compra legal de um lote do mesmo produto subtraído e, por fim, repassava-os a mercados da capital e região metropolitana por preços atraentes, já que havia uma confusão entre o produto legalmente adquirido e o produto do roubo.
Essas mesmas empresas, além de comercializar a carga roubada, eram conhecidas por “araras”, isto é: após legalmente constituídas, realizavam compras de produtos dos fornecedores, efetuando o pagamento em dia, ganhando, assim, a credibilidade no mercado. Paralelamente, buscavam a obtenção de crédito financeiro junto às instituições bancárias. E realizavam novas compras vultosas, a prazo, desaparecendo na posse dos produtos e com o crédito bancário em mãos, gerando prejuízos de grande monta.
Foram presos cinco ladrões de cargas, totalizando 13 durante toda a investigação que durou cerca de seis meses. A polícia descobriu uma casa em Florianópolis, usada por um dos integrantes do grupo. Este mesmo integrante também montou um supermercado na cidade. Desde maio, a quadrilha roubou 20 cargas, com prejuízo estimado em R$ 3 milhões.